2006/09/26

Claro que Helena não acreditou em nada daquelas balelas, como é que um livro iria mudar a sua vida?
Mas naquele momento, sentada em frente ao computador a olhar para o ecrã em branco, tudo lhe parecia lógico e coerente. Sempre tivera o sonho de escrever um romance, de se projectar em páginas de vida, arrancar de dentro de si tudo o que sempre quis ser.
Lançou mão à obra e escreveu.

"Nasceu em silencio num dia cinzento, de folhas caídas no chão. Não chorou, e á parteira que lhe assistia o inicio da vida pareceu-lhe que sorria com uns olhos grandes de mulher adulta. Castanhos da cor da terra depois da chuva."

Helena olhou para o ecrã do computador e não pôde deixar de sorrir, enquanto se dirigia para abrir a porta onde alguém impacientemente tocava a campainha.